20100410

Leve

É bom livrar-se do que há de ruim dentro de mim. Fica a sensação de vazio pleno, mas que não precisa ser preenchido. Sinto-me mais acordado, mais alerta, energizado! Sinto-me leve por saber expulsei um peso que não precisa ficar; cujo destino é seguir.
É bom esvaziar. É bom ficar leve.

20100402

O sentido da vida é dar continuidade a ela

O que somos
Somos conjuntos de muitas características que envolvem corpos, pensamentos e comportamentos.
O corpo é a estrutura material da vida, mas não a define por si somente. Ter um corpo não necessariamente significa ter uma vida. Dada a sua natureza, este é perecível, com “prazo de validade” indeterminado – apenas estimado. E apesar das estimativas serem bastante acertadas, o prazo é curto para fazer tudo que se possa desejar ou que se julgue necessário. Daí a angustia por “aproveitar a vida enquanto se a tem”. Mas, se o corpo, perecível, por si só não define a vida, então isso não estaria realmente significando “aproveitar o corpo enquanto se o tem”?
Pensamento é o nome que damos aos processos mentais que ocorrem em nosso cérebro através das correntes elétricas que disparam sinapses a dentro. Entretanto o pensamento da forma como o entendemos também não define a vida por si só, pois precisa de, ao menos, um cérebro para acontecer. É algo abstrato, mas que se processa em algo concreto. Ainda assim, é “coisa de seres vivos”, uma de suas características mais importantes – principalmente para os seres humanos. Mas já se cogita a possibilidade de uma Inteligência Artificial (I.A.) que pense por conta própria. Teoriza-se que, em dado estágio de conhecimento e interação com os seres vivos a I.A. passaria a tomar decisões e, mais adiante começaria a fazer algo que, atualmente, dizemos ser o que nos diferencia dos demais animais: refletir e questionar. Então, mesmo ainda inexistente concretamente, teoricamente ao menos, máquinas – seres inanimados – também pensam!
Comportamento é o conjunto de ações associadas à cultura de uma espécie particular ou de um grupo dessa espécie. É ainda mais abstrato que o pensamento, visto que independe de qualquer instrumento material (alheio ao próprio corpo do individuo) para se manifestar. O indivíduo pode relacionar-se/interagir com outro(s) indivíduo(s), com o meio ambiente, consigo próprio e com nada. Afirmar que o comportamento não define a vida seria presunção. Afirmá-lo, contudo, seria pronunciar uma inverdade. E isso porque o comportamento é um grupamento de características que, juntas, o definem. Comportamento é atribuído a um corpo ou ao ser que seja possuidor de um. Não necessariamente a um pensamento ou a um corpo que pense. Mas e quanto aos seres que pensam mas não possuem corpo?

De onde viemos
Dos úteros de nossas mães. Da mãe terra. Do barro. Do sopro divino. De Deus. Da energia. Do início.

Para onde vamos
Certamente não podemos voltar ao útero. Mesmo que a mãe ainda esteja ocupando um corpo, há a questão dos tamanhos (do corpo atual e do local de origem). Mas, supostamente, vamos para um lugar escuro, úmido e quente, tal como no útero.
“Do pó vieste, ao pó voltarás.” Todos sabem – embora não gostem de admitir por questões culturais – que o corpo humano é um ótimo adubo e a terra assim adubada produz frutos muito saudáveis e também deliciosos.
Armagedon. O Julgamento Final.
O corpo é matéria. Matéria é composta de átomos. Estes, em sua constituição mais intrínseca são constituídos de energia. Quando para de funcionar o corpo libera o calor que lhe resta. Durante a decomposição, libera outras formas de energia de variados modos.


Vamos para de onde viemos porque somos o que somos
Vamos. Não temos certeza, sequer sabemos para onde, mas vamos. Até o momento, supomos que o destino seja a origem. E vamos porque temos de ir. Ninguém se autorizou a nos mandar ir, mas vamos, por instinto. Simplesmente sabemos que temos que ir. Entretanto, há por trás dessa verdade outra tão certa quanto, geradora de desespero, agonia e diversos medos: nosso caminho termina antes do Fim Definitivo. Nós temos que chegar lá. Nós não chegaremos lá. O que fazer, então? Como garantir que chegaremos lá, ao fim? Simples: vivendo para sempre! Mas o corpo é perecível! Então precisamos de muitos corpos! E como obter tantos corpos? Gerando cópias e treinando-as para serem nós em versões melhores.
Até o Fim Definitivo, quando a vida será exterminada em todas as suas formas, nossa função, nosso objetivo, nossa missão, nosso destino, é dar continuidade a vida para que ela chegue até lá.
Então o que estamos fazendo é simplesmente esperar pelo fim. E enquanto isso, damos continuidade aos nossos próprios(?) projetos durante a execução do Projeto Principal. Ou seja, estamos “passando o tempo” enquanto esperamos.
E Você? Como está a sua espera pelo fim? Você tem passado bem o seu tempo? Tem tido bom aproveitamento do seu corpo? Ou tem se comportado “bem”?

Max-Rocha;
2010-02-27, 333 h