20110919

Não há jeito melhor de acordar


Não há jeito melhor de acordar
Depois de uma boa noite de sono
Embalada por amores cálidos resultados de amores selvagens
Não há jeito melhor de acordar
Tendo as lembranças que começam ontem
Começado no seu ontem próprio
E todas iguais umas às outras
E todas diferentes umas das outras
E não há jeito melhor de acordar
Do que o modo como me acorda você
Faz-me lembrar do ontem
E faz-me lembrar do ant’ontem
E esses lembrares me lembram outros
De remotos tempos da semana passada
De quando suas marcas ainda estavam quentes
E as frias cicatrizes ainda não estavam
Como companhia das outras tantas
Não há jeito melhor de acordar
Do que suas carícias íntimas a me reaquecer
Não há jeito melhor de acordar
Do que acordar no amor quente que nem o frio espanta.

20110919, 1429 h, enquanto voltava para casa num ônibus apressado que "atende" nossa cidade.

20110629

Devaneios...


Um grande dragão flutuava no ar lendo pornografia enquanto se lamentava tristemente por não possuir um pênis – órgão do qual os répteis são naturalmente destituídos. Em sua astuta grandiosidade, um pernilongo fêmea desfrutava de um belo banquete (em sua opinião) na parte de trás de um dos chifres do dragão, mais precisamente, dentro do sulco (que lhe aparecia como um imenso vale) de onde tal chifre se projetava.

Abençoadas são, pois, as libélulas e mariposas que gostam de luz – porque as mariposas mais belas são as preferidas dos pássaros! E, durante o enroscar sibilante das cobras pelas pernas do dragão, águias longínquas são tentadas com banquetes poderosamente protegidos – nisso o dragão ajeita os óculos com a ponta da garra e limpa a garganta com um pigarro fumegante, completamente alheio ao inseto em seu chifre, mas sabedor de cada pena aquilina, vigilantes de suas pernas; mesmo estando imerso em sua leitura cultural.

As borboletas que arriscaram aproximação ficaram presas pelo olhar hipnotizante das cobras porque os tigres de bengala preferiam jogar xadrez: cheque mate! Gritavam uns para os outros de tempos em tempos, exasperados pela soltura de suas intimidantes dentaduras.

Mas porque aquele pardal nunca se casara é o que realmente perturbava a paz harmônica do céu beligerante. Talvez porque fosse gay, argumentava, incredúla, um pardal fêmea; talvez porque não fosse pardal, questionava uma tanajura.

 – E o que é que você entende de pardais? – perguntava uma amiga da pardal, num tom excessivamente desdenhoso.

 – Realmente nada, mas entendo de corvos e teias de aranhas. – retrucava a tanajura, perigosamente dando as costas para as pardais estupefatas com a audácia dela em não lhes responder diretamente.

Foi assim que o galo contou a perua tão pavoneamente que assustou o tatu.

20110616

A face da paixão na alvorada gelificante

Eu acordei com um espírito de guerra. Com um ar questionador, até. Mas de repente, ao sair de casa, dei-me de cara com outros problemas e percebo-me a perguntar se meu pequeno guarda-chuva - que já é insuficiente para nós três (Eu, minha volumosa mochila e meu, ainda mais volumoso, violão) - conseguiria ao menos proteger minha cabeça. Há! Mal, mal, minha face!

E seguem-se questionamentos mucosos sobre um futuro de contrastes temperaturais entre corpo e meio. E em meio a toda essa batalha eis que uma figura faz-me abandonar tudo para apenas perguntar-me sobre qual seria o rosto pelo qual Eu me apaixonaria.

Tudo o mais some para dar lugar a este pensamento em minha caminhada feita em caçada. As pernas agora seguem dois comandos: chegar ao destino e alcançar o destino. Mas minha mente está mais nublada que próprio ambiente em que estou imerso e vejo apenas umtênue foco de luz que segue à minha frente no nuvem baixa: será esse, o rosto objeto de minha paixão?

Alcanço-a.

Meu coração lembra-me, de sua gaiola de ossos, músculos e panos, que estou vivo!

Ultrapasso-a e...

Vejo-me ao lado de um rosto majestosamente forte e surpreendentemente delicado nessa força.

O rosto sorri para mim de dentro da sua moldura, afigurando-se mais simpático, como se dissesse: sim, meu fiel súdito? Em que posso ajudá-lo? E alegro-me boba e imensamente com esse sorriso de atenção educada que mostra confiar o suficiente para responder meu humilde e hesitante olhar com a luz e o calor de um castelo que se abre para acolher a insignificância de um servo que é apenas mais um.

Mas mesmo esse esplendor é, para mim, um tanto decepcionante; um momento de alegria fulgaz que escorre de mim com a velocidade do vento que me estapeia. Porque não era o rosto de minha paixão. Não era este que mudaria meu caminho; e nele permaneci, deixando o rosto tomar o  seu próprio.

"De volta à guerra!" Declarei a mim mesmo, sem entusiasmo. Estava novamente na trilha do guerreiro, mas a guerra já estava vencida por aquela face que não era a da minha paixão.

...

Entro no ônibus distribuindo e coletando "bons dias" familiares a familiares rostos, mas que também não são minha paixão - só alguns, algumas vezes.

20110602

Alguém me segure!

Eu não sou normal! Posso ser qualquer coisa! Exceto, normal!

Não é mesmo possível que Eu seja! E quando acho que estou tendo algum vestígio de normalidade... pronto! Já fiz uma loucura! e lá se vai para o beleléu minha vã esperança de ser normal...

Não quero apenas chamar atenção, ser mais um a gritar que "eu sou maluco", etc. Isso - como quase tudo que posto aqui - é mais um desabafo.

Digo isso porque penso não ser demais a pessoa requerer para si alguns direitos que lhe garantam bem estar físico e mental! O (Meu) problema está em os direitos que julgo ter são absurdos!

Veja por exemplo os meus hábitos organizacionais: deixar objetos de uso contínuo sempre no mesmo lugar e de fácil acesso, visando sempre a agilização de rotinas; econômicos: desligar/desconectar aparelhos elétricos que não estão em uso e não ligá-los se não for usá-los(!); de segurança: desobstruir os espaços de tráfego. Agora me diga, se analisando só esses pontos, já não dá para dizer, logo de cara, que Eu sou um psicopata? Ou algo do tipo?

Eu vivo à beira da loucura! E é do lado de lá! - Talvez fosse mais próprio dizer que vivo à beira da sanidade!?

Pessoas que fazem isso não podem ser normais, uma vez que todo e qualquer objeto só deve ser deixado "à toa" quando não tem utilidade! E como você saber o que acontece com os aparelhos se eles estão todos desligados? Afinal, é preciso estar informado! E sem falar que, aqueles objetos do primeiro ponto - que não tem utilidade e ficam (esses, sim) à toa, não estariam em melhor lugar do que no meio do caminho (para que, como a pedra drummondiana, jamais sejam esquecidos!) porque precisam estar à vista quando precisar-se deles!

Ora! Talvez haja um pouco (bem pouco) de forçação de barra no parágrafo anterior, mas não pode ser normal um baiano que não gosta de axé nem sabe jogar capoeira! Um brasileiro que não sabe sambar! Um ser humano que não se importe muito com seu próprio destino! Não pode! não há possibilidade de uma criatura, com esse comportamento, ser considerado um ser humano normal! Mas talvez esteja justamente aí o probelma: ser "ser humano" (a-há)!

Começo a desconfiar - mais fortemente agora que quando criança - que não sou desse planeta (ohh...)! Quem sabe se não fui enviado aqui para estudar o modo de vida da humanidade pelo método mais difícil, mas também o mais real: vivendo como um deles! Pode ser que tudo esteja sendo gravado em meu suposto cérebro (sim, suposto, se não sou daqui, vai saber o que realmente está aqui dentro?!?). E quando chegar ao fim minha missão de coleta de dados (interpretada aqui como minha morte - buá, buá...) os relatórios serão feitos e enviados à origem. Talvez Eu mesmo os leve de volta! (Et... telefone... minha casa...)

Mas quem sabe, não é mesmo?!?!?!? Talvez Eu seja apenas um ser humano paranóico comum. Comum. Não normal!

20110321

Death Warriors’ Canticus

Antes de começar a ler, gostaria que soubesse que o conteúdo pode ser ofensivo por conter descrições violentas de morte. Assim sendo, esteja ciente que isso pode não ser para sua psique frágil.
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     Eu assisti a animação de 25 min contando uma história que é contada paralelamente à história de Watchmen, Contos do Cargueiro Negro (Tales of the Black Freighter, no original) e eis que, repentinamente, uma imagem se fixou em minha mente. Não de imediato, mas alguns dias depois.

     Eu já havia lido Watchmen, mas não assisti o filme (ainda) quando encontrei essa animação. Então baixei e assisti. E achei legal justamente por ser uma história dentro da história! E muito interessante, por sinal!


    A história é a tragédia psicológica do capitão, único sobrevivente de um navio afundado pelo amaldiçoado Black Freighter, que tenta a todo custo voltar para casa para salvar sua família e sua vila do destino terrível que ele acredita que as aguarda.


     Já no começo, em 1 min 46 s aparece a embarcação. Só vemos parte de seu casco e ouvimos um terrível cântico quase hipnotizante vindo do navio: "More blood! More blood! More blood! More blood!..."

     O cargueiro volta a aparecer em 14 min 18 s e em 20 min 15 s. Na sua segunda aparição ele continua o tormento do capitão com sua cantiga sombria impulsionando outras ilusões. Na terceira, já no final, tragédia em conclusão: o capitão matou sua esposa e sua filha e agora tenta fugir e entender o que aconteceu quando ele vê o Black Freighter esperando silenciosamente por ele.


     Subi o vídeo de volta porque não lembrava o link e porque queria acesso mais fácil para compartilhá-lo: http://www.4shared.com/file/aUMenCL7/WatchmenTalesoftheBlackFreight.html

     Alguns dias depois um contato disse ter tido problemas para baixar o arquivo e, enquanto solucionava esse problema, comecei a lembrar das cenas. Mas aquela primeira do cargueiro abandonando o local de batalha entoando a cantilena maldita fixou-se.

     Foi então que, ao ir para casa após um dia cansativo, comecei a viajar nessa história e eis que se forma uma cena de preparação para a batalha em terra. Um exército em desvantagem pede ajuda dos deuses para derrotar o inimigo. E o que era antes uma prece, torna-se uma crença dentro do coração de cada guerreiro, de que a vitória é deles. E isso é assegurado pelo líder, lembrando-os o que estão para fazer ali naquele campo (matar, retalhar, destruir o inimigo), e pela resposta que o pequeno mas confiante exército retruca, mais aos inimigos que ao líder, lembrando aqueles de estão ali para morrer em suas mãos.


     As lembranças das cenas do Black Freighter e de que os batalhões sempre entoam uma cantiga para se animar para a guerra e também para causar terror ao inimigo, surgiu um poema-homenagem que disponho aqui:




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Antes que continue a ler, gostaria que apenas de lembrar que o conteúdo pode ser ofensivo por conter descrições violentas de morte, que encontram-se precisamente no texto abaixo. Assim sendo, se foi capaz de ler até aqui não é nada demais, mas continuar pode ser perigoso para o delicado equilíbrio de sua psique. Siga por sua conta e risco!
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Death Warriors’ Canticus


Let’s kill them all!

More blood! More blood!
More blood! More blood!

Let’s hurt their skin!

More blood! More blood!
More blood! More blood!

Let’s disroot their arms!

More blood! More blood!
More blood! More blood!

Let’s cut their heads out!

More blood! More blood!
More blood! More blood!

Let’s smash their brains!

More blood! More blood!
More blood! More blood!

Let’s extract their hearts out from their thorax!

More blood! More blood!
More blood! More blood!

Let’s put their visceras out!

More blood! More blood!
More blood! More blood!

Let’s open their flesh!

More blood! More blood!
More blood! More blood!

Let’s rip their muscles!

More blood! More blood!
More blood! More blood!

Let’s break their bones!

More blood! More blood!
More blood! More blood!

Let’s turn their in out!

More blood! More blood!
More blood! More blood!

Let’s lastly efface… THEIR SOULS!

...

20110228

Camarones Coloniais de Acajú Guitarrístico

“Por que Eu não fui falar com ela?” Era o pensamento que perpassava pela minha cabeça quando me peguei em depressão no meio de uma festa. Ela é a perfeita baixista da última banda que tocou e acabou de sair do meu lado. Ela sentou bem ao meu lado. Levantou e sentou à minha frente, ao lado de alguém do backstage. Então ele levantou, ela levantou, e Eu, reles mortal, permaneci, a vendo ir sem falar com ela que Eu a amava desde sempre e queria passar o resto dos meus dias a ouvindo tocar.
E ela foi. E Eu fiquei pensando “por quê? por quê?” Mas ela foi, e talvez para sempre (!) – sabe-se lá quando a banda vai passar por aqui de novo? Perdi essa chance, de ser homem suficiente para dizer para uma mulher maravilhosa que Eu a amo desde a primeira vez que a vi. Que fui atraído por aquele belíssimo sorriso que resplandecia a malícia de uma menina que já sabia ser mulher. Que percorri mentalmente todas as perigosas curvas de sua sensualidade nauseante; que desejava invadir sua linda cabeleira de cachos dourados e hipnóticos movimentos impulsionados pelo seu belo pescoço sustido naqueles ombros fortes o suficiente para o instrumento em suas mãos, mas igualmente delicados ao toque que… que… Que Eu jamais teria…
Alguns minutos apenas de depressão, pois logo minhas amigas vêm me resgatar do limbo de volta ao meio humano:
- “vem, seu anti-social!”
“Eu só estava descansando” Eu quase disse. Quase. De novo. Por que Eu faço isso? Não sei. Mas eis que a baixista passa por mim e, então, Eu toco seu ombro e dizendo “oi” abraço-a:
- O show de vocês foi ótimo! E você tava perfeita lá!
- Que bom que vocês gostaram!
- Gostei muito!
- Obrigada!
- Disponha! Até mais!
“Falei! Eu falei! Eu falei com ela! Eu falei com ela! Eu falei com ela!” Eu quase dei um pulo de tanta felicidade. Quase não acreditava que era Eu mesmo. E nem dava pra culpar o álcool, que não era tanto assim.
- Eu falei com a baixista. Eu falei com ela. – Eu disse enquanto me fingia de abobalhado pra minha amiga (a outra já tinha desaparecido no público).
- E por que não ficou com ela? Não tava apaixonado?
- Não. Eu me apaixonei por ela, mas nem tanto. – E com isso Eu queria mesmo era dizer que achei lindo a maneira apaixonada e apaixonante que ela tocou – e que Eu jamais vira nada assim antes.
Conversas. Conversas. Umas somem para um lado. Outras somem para outro. Voltas e voltas. Eu sento. A próxima banda não me animou tanto a pular. A cerveja acabou “mas daqui a pouco chega mais”, diz o vendedor. Eu sento. Um tempo só e a cerveja volta. Eu pego uma e sento de novo.
Levanta. Conversa. E sento de novo. Ainda tem cerveja na lata. Mais um pouco e minha amiga volta. Isso e aquilo.
- Ai! com frio!
Eu passo o braço sobre seus ombros, com o punho fechado. Eu sou quente, mas a cerveja é gelada e estava a pouco na minha mão.
A banda de agora é boa. Bem mais agitada e empolgante que a anterior. Estou quase indo lá. Mas estou cansado. Faz tempo que não vou a show nenhum. Mais de mês…
Blá blá blá, blá blá blá…
- Às vezes penso que Eu deveria ter nascido mulher… - Eu viajo…
Blá blá blá, blá blá blá…
- Se Eu te beijar agora estraga nossa amizade? – Ela quer saber.
- Claro que não! Pra mim não tem nada a ver uma coisa com a outra.
Lábios macios encontram os meus. Suaves. Molhados. Doces. Voluptuosidade levemente contida. Um toque longo. Três toques curtos. Um toque looooongo. – Lembrando agora, até parece Morse. Sua língua acolhe a minha. Eu ponho a lata do lado, completo o abraço. Quente. Ela se torce. Eu me viro mais pro seu lado. Esquento minha mão em suas costelas que o vestido não me deixa contar enquanto passeio para suas costas macias e firmes, a outra em apoio a sua coluna delicada, esta sentindo sua omoplata e a junção com o braço que forma o ombro perfeitamente delineado para permitir o caminho até o pescoço e a nuca com seus cabelos finos se entrelaçando em meus dedos úmidos, a outra contornando sua cintura para sentir as mesmas costelas de antes e aproximá-la mais, costelas, quase a ergo, ela passeia a mão no meu cabelo, diafragma, um pouco mais e ela estará no meu colo, cintura, a outra mão fingindo lutar com os cabelos, uma pequena pressão, minha mão desce até o meio das costas, ela afasta cabeça, a pressionante folga o aperto, outro toque nos lábios acompanhado de um sorriso, minhas mãos em sua cintura, ela beija meu pescoço e se aperta em mim numa cumplicidade que jamais tivemos antes, mas que agora é eterna: ela se soltou de sua prisão e precisava se divertir; Eu precisava de alguém que precisasse se divertir.
Essa banda é a última e o show já está no meio. Vamos pro “meio”. Ficar em pé e pular um pouco para esquentar.
Ela vai à frente. Pára e me faz abraçá-la. Balançamos no ritmo da música. Desencontrados. Seguro seus quadris e colo meu tórax nas suas costas. Então percebo que nos movemos como um só. Eu sinto cada músculo dela se contrair e relaxar para manter o balanço, e no flash de um pensamento não sei mais se os meus músculos ou os dela que estão mexendo nossos corpos num tique-taque sutil e deliciosamente compassado com as batidas da bateria que ecoam nas guitarras arremessadas pelos saxofones e trompetes no frio da noite de um dia calorento.
As músicas se alternam. Nós nos alternamos em dança e beijos. A cada volta que ela faz um sorriso, um abraço e um beijo que se prolongam infinitamente até a próxima volta. Eu a abraço novamente e volto a sentir que suas coxas disputam espaço entre as minhas, seu quadril vibra junto ao meu, seu peito se enche e esvazia sobre o meu seguindo ela do inspirar ao expirar, a parte posterior de seu crânio bem delineado apoiado na minha fronte, Eu vendo o show por entre seus cabelos que me servem de véu, seu perfume não se mescla com os odores do ambiente para me inebriar enquanto percebo isso tudo em frações de décimos milimetrados na inconsciência da presença única dela em meio a tanta gente que me rodeia.
Uma música acaba. Eu a puxo para trás e saio para contornar-lhe a cintura e segurar firme e delicadamente na base do seu crânio enquanto observo, pouco antes de fechar os olhos, que ela sorri surpresa pela ação, e voltamos à vertical num beijo suspirante e resfolegado que sequencia outro e mais outros.
Naquele momento sei que ela é “minha mulher”. Ela é a mulher da minha vida. Aquela por quem esperei por toda a vida e da qual jamais vou me afastar por um segundo só que seja! É ela por quem moverei céus e terras e enfrentarei quantos deuses forem necessários para continuar amando por toda a infinitude da existência.
Enquanto dançamos nos beijando, Eu vejo às vezes que ainda existe um chão, ainda há pessoas ao redor, ainda há um palco com uma banda, e nos beijamos dançando.
O show se aproxima do fim. Foi além do horário estipulado. Mas está bom demais para acabar agora. Mas tem que acabar. E vai.
Saímos na última canção, embalados por beijos e abraços que se desfazem em cumprimentos aos amigos e no caminhar para os portões.
No caminho de retorno, blá-blá-blás de importância, de relevância, divertidos, alguns mais, outros menos, e outros menos ainda.
- Tchau, meu bem!
- Tchau, querida! Se cuida!
Naquele momento Ela era para Mim e Eu era para Ela.  Éramos dois em perfeito movimento sincrônico de embevecente harmonia luxuriosa.
Mas a festa acabou. A noite já se foi. Temos que dormir. Temos que sonhar. E temos que cumprir as promessas que fazemos. E Eu fiz duas: que seremos amigos é uma. Que estarei sempre à disposição é a outra.

20110203

Escreva Lola Escreva: GUEST POST: BULLYING QUE SOFRI FOI RACISTA

Esse é um relato muito legal sobre o processo de trauma e a (difícil) cura pela autoaceitação.

Eu experimento algo parecido - mas bem mais ameno para mim - na minha família: meu cabelo é (supostamente) bom por ser um tipo de encaracolado que tem alguma coisa que Eu não sei o que é; minha irmã tem cabelo crespo, mas vive de penteados desde os 7 ou 8 anos (atualmente, só na escova/chapa).

Passei por outra com minha última namorada, um poço de negação de si mesma. Ela é linda, tem cabelo de liso para ondulado e é uma ótima pessoa. Mas não aceita que é gorda e vive alisando o cabelo (não sei o que, exatamente ela alisa... Eu acho que é só para bater papo e esquentar a cabeça - literalmente!)

Muito grato, Lola!

Escreva Lola Escreva: GUEST POST: BULLYING QUE SOFRI FOI RACISTA: "A Mariana (que você pode seguir no Twitter pelo @marielux) tem 24 anos, é publicitária e mora no Rio. Ela me enviou um relato muito interess..."

20110126

Questionário

     Esses dias aceitei um covite para uma conta no Facebook. Pronto! Mais um vício!

     Aí, vendo um e outro conhecido, add aqui, add ali, lia listas, atualizações, etc. Tudo isso que todo mundo que usa rede social faz.

     Um belo dia uma amiga posta que fez uma entrevista virtual com outra blogueira e publicou em ambos os blogs, mas o link [http://historiasdeemilia.blogspot.com/2011/01/ping-pong-com-monierica-campos.html] é para o blog da entrevistadora, Emiliana (Histórias de Emília [http://historiasdeemilia.blogspot.com/])

     A entrevista tem nome de esporte: Ping Pong. Gostei! Li! Gostei mais ainda! Da minha amiga entrevistada, da entrevistadora e do tipo de entrevista.

     Então, hoje, atualizando minha leitura do Google Reader (que não acessava desde o ano passado e ja tinha mais de três mil posts - que Eu não li nem vou) encontrei um post de Moniérica (http://agarotapsicose.blogspot.com/2011/01/questionarioselinho.html) com um questionário que Emiliana mandou para ela e disponibilzou para quem quiser (leia: tiver coragem) responder também.

     Eu creio que o fato de não divulgar meu blog me dá Muita coragem, afinal, a expectativa de que alguém leia é quase nula. "Quase" porque, além de outra amiga blogueira que (Eu sei que) conhece o blog, a Emiliana também está me seguindo(! Vixe! Que responsa!). Mas pode ser que ela esteja seguindo meu Perfil Público no Google e este último está alimentando minha paranóia... (hum... Isso é caso de se pensar e investigar...)

     Enfim, não li o questionário de Monih para não me deixar influenciar (plagiar) por nada. Well, here we go... 



1-    Qual seu objetivo mais pessoal?
Dominar o mundo!

2-    Que tipo de musica você prefere?
O que mais ouço é rock (pop, hardcore, heavy metal, classic, indie, trash, gothic, etc.) mas também curto música POP, Rap, Clássica, New age, Gospel, Pagode, Forró Pé-de-Serra, Nipônico (rock e clássicos culturais), ...

3-    Tem alguma musica em especial? Por que?
Não. Gosto de muita coisa para escolher uma só. Mesmo durante as "fases" da vida, gosto de várias! Agora, por exemplo, estou escutando (repetidamente) Matanza, Pink Floyd, Capital Inicial, Minueto em Lá Menor (que Eu esqueci de quem é, mas já toco a primeira parte), Pitty, The Cure, Djavan, K'Naan (Hino Oficial da Copa), ...

4-    Gosta de ver fotos?
Adoro! Já passei dias e dias adiando trabalhos e leituras porque estava olhando aquela magem muito massa que fez lembra de outra coisa e mais outra e mais outra...

5-    Qual foi o ultimo filme que você viu no cinema?
Cinema: Sherlock Holmes.
Computador: O Queridinho da Vovó
DVD: Pink Floyd - The Wall
TV: A Fantástica Fábrica de Chocolates

6-    Você é convencido?
Eu? Imagine se uma Peça Fundamental Para o Correto Funcionamento dos Multiversos como Eu se daria esse trabalho?

7-    Quais problemas mundiais te preocupam mais?
Os conflitos, de modo geral e específico também. Tanto sua existência quanto sua ausência. Se há conflito, há interesses divergentes (por que não podem ser convergentes?). Se não há conflito, há algo de estranho (como é que podem se dar tão bem?).


8-    Até onde é capaz de ir por amor?
Não sei. Mas creio que não muito longe. Eu penso demais. E acabo sendo frio demais também. Mas há um preço por certos esforços, que é o desequilíbrio.

9-    Gosta de ler?
Meu passatempo favorito! Queria que o dia tivesse 36 h pra poder passar 24 h lendo (e 8 h dormindo, fazer o quê, né?)

10-    O que achas muito romântico?
Ro-o-quê-? Ah! Fala daquela melação que umas pessoas ficam exibindo simplesmente para dizerem que gostam umas das outras? Meu negócio não é  Química, é Física; Dinâmica dos Corpos é mais divertido que Reações Adversas.

11-    O que você acha da homossexualidade?
Tenho nada contra. Tenho nada a favor Eu ser. Enquanto discutem se é genético ou cultural Eu observo. Mas confesso que vejo o homossexualismo feminino muito mais naturalmente (às vezes bate aquela vontade de dizer: ô desperdício... me inclui aí!) do que o masculino.

12-    Ainda faltam muitos sonhos pra você realizar?
Faltam. E todo dia a lista cresce...


13-    Você é capaz de morrer por alguém?
Creio que não. Sou muito distraído pra isso...

14-    Você acredita em horóscopo? Por quê?
Não vou com a cara daquele Centauro mentiroso...

15-    Você é organizado?
Bem pouco ainda. Sou muito planejador: tenho planos de fazer uma ruma de coisas! Todos detalhados  em três vias! Só preciso achar algum deles para pôr em prática!

16-    Você tem medo de andar de avião?
Eu tenho é vontade! (Queria ser Piloto de Caça, mas não tem aeronáutica aqui, e quando fui servir, me dispensaram - "tem mulheres aqui também sabia? Você é um risco de degeneração moral para o quartel!")


17-    Gosta de sol? Praia?
Não. Dias claros doem nos olhos. Praia tem areia - meu laptop é alérgico a isso. Prefiro tempo nublado, que é claro na medida certa e fresco sem ser gélido.
18-    Você usa óculos?
Devo voltar a usar assim que lembrar de marcar uma consulta com o oftalmo. Pr enquanto, só escuros.

19-    O que você faz aos sábados pela manhã?
O mesmo que faço nas manhãs dos dias anteriores: acordo 530 h e vou pro trabalho. Isso só muda no domingo quando, contra minha vontade, durmo até às 1100 h ou 1200 h.


20-    Você vê muita TV?
Já vi muito. Costumo dizer que "fui criado"  por ela (às vezes ela era uma babá bem mais competente que as humanas!) Mas hoje não tenho mais tempo nem inconciência para isso. Muitos livros e revistas para ler, muitos blogs para visitar, muitas notícias para analizar muitos resumos para escrever...

21-    Tens algum fetiche?
Tenho. Alguns...

22-    O que você mudaria no mundo?
A Regência Geral! Colocaria Eu lá! rsrsrs
Se pudesse mudaria a velocidade de rotação com o intuito de termos "mais horas por dia". Mas parece que isso influencia demais nossos ecossistemas e a própria integridade do planeta. Então não mudaria nada. As consequências de mudanças "mágicas" sempre soam piores do que os problemas que pretendem resolver. Eu prefiro mudar a mim mesmo para ver isso refletido no mundo - mesmo que um pouco tardiamente. Mudando a mim posso mudar a outros em escala exponencial (como no filme: ajude três pessoas e peça a elas que "repassem" o favor, sem exigir nada em troca.). Talvez um dia as pessoas perecebam que pensando no bem do semelhante estarão pensando no próprio bem. Mas essa ideia ainda está desvirtuada pela sua associação com alienação e ideologias políticas.

23-    Você é vaidoso (a)?
Muito! Além do creme dental uso sabonete, xampú, e hidratante corporal. Nem sei onde vou parar assim... rsrsrs ...


24-    Você gosta dos seus vizinhos?
Claro! Eles não falam comigo, não me importunam e alguns nem saem de casa!

25-    Gosta de sopas?
Minha alimentação é quase líquida. Adoro beber água. (Mas é água mesmo, não é a "outra água", que também gosto mas nem tanto.)

26-    A que horas você se levanta?
535 h. Exceto nos domingos (1300 h).


27-    Partilhas teu quarto com alguém?
Minha mãe, acredita?

28-    Você é uma pessoa simples?
Procuro ser. Mas não sou. Tenho o Dom(?) da Complicação. Fale-me qualquer coisa e, por mais simples que ela seja, consigo pelo menos umas três implicações sobre ela!

29-    Você tem boa memória?
Isso é um produto novo, é? Serve pra quê?

30-    Você vê desenho animado? 
Homem-Aranha, Simpsons, Ben 10, Bob Esponja (tá! Admito: Bobo Esbobonja é legal.), Pica-pau, Tom e Jerry, Corrida Maluca, South Park, American Dad, Batman, Liga da Justiça, Yng Yang Yo, etc., etc., etc. Claro que não tudo de vez! Alguns só passam vez ou outra e mesmo os que estão em temporada não me seduzem a ponto de deixar outras coisas (até porque, posso baixar tudo mesmo... é só querer...) Mas, praticamente todo dia assisto algum desenho.

31-    Tens jeito pra escolher presentes?
Eu uso o método "Observe a Vítima". A depender do porque presentear isso pode ser bom para nós dois ou só para mim...

32-    Você já acampou?
No meu beliche, conta?

33-    O que fazes nas férias de verão?
Leio. Passeio de bicicleta. Assisto filmes. Assisto séries. Bebo. Trabalho. Leio. Jogo. Tudo o que "gente normal" faz.

34-    Sais à noite? Onde costuma ir?
Costumo ir à cozinha recompletar minha caneca de  café.

35-    Primeira coisa que você lava no banheiro?
As mãos.

36-    Com quem você vai estar hoje à noite?
Com minhas sonhas!...

37-    O que você vai fazer amanhã?
Pretendo ir de bicicleta para o trabalho. Lá Eu vou ler um bocado (entre um relatório e outro, entre um desenho e outro). De volta a casa vou estudar violão e organizar minhas revistas.

38-    Qual foi a ultima vez que você chorou?
Não lembro de ter praticado essa atividade recentemente... Tipo, nos últimos... sei lá!... 10? 12 anos?! Não estou me fazendo de durão! Apenas não me emociono fácilmente e chorar então... Mas lembro de um "quase": foi quando assisti ao filme-docmuntário Terráqueos (Earthlings), sobre como o ser humano trata cruelmente as outras espécies residentes no planeta (os outros animais e as plantas) apenas por se achar "superior". É chocante e ao mesmo tempo desconcertante. Já assistiu uma cena de injustiça em um filme/novela/seriado em sente vontade de "entrar na tv" para avisar a personagem do bem ou simplesmente para dar uma merecida surra no(na) vilão(ã)? Pois bem, acelera bastante e você vai ter ainda uma vaga noção do que é.

39-    Estação preferida?
Do ano: Inverno
Da rádio: nenhuma.
De tv: ainda pior!

40-    Alguma vez já bateu em alguém?
Minha irmã, conta? kkk Não, nunca precisei. Já tive vontade, daquelas que você pensa "eu te mato! Te esgano!" mas nunca concretizei nada disso.
Ah!, minha irmã? É, brigávamos quando criança... mas não a ponto de ficar roxo! rsrsrs

41-    Qual foi a ultima pergunta que você fez?
"Como você soube disso?"

42-    Diz o que te vier à cabeça?
EU adoro ser Eu!